Dizem que o poder vicia e muitos gostam da posição de comandando. As imagens mostram como eram estas pessoas ao assumirem o poder e como estão agora.
O jornal hoje iniciou um projeto bem interessante chamado professor JH. É um espaço que nos ajuda a entender as principais questões que afligem o mundo atual
Nesta primeira vídeo aula Arlene Clemesha, professora de História Árabe do curso de Árabe da Universidade de São Paulo e atual diretora do Centro de Estudos Árabes da USP, explica a origem dos conflitos na palestina.
Texto da página do JH:
Para entender o conflito entre Israel e os palestinosArlene Clemesha Para aquele que se aventura a investigar o conflito no Oriente Médio, o desafio não é pequeno. O tema é atual e delicado, envolve muita dor, angústia e temores. Narrativas nacionalistas e unilaterais deturpam os fatos e disputam a imaginação da opinião pública mundial. Por isso, mais do que narrar, é preciso permitir que cada qual construa sua própria visão, consciente e lúcida, dos acontecimentos. Através das aulas aqui apresentadas, esperamos contribuir um pouco para isso, fornecendo alguns dados históricos e abrindo algumas sendas por onde o leitor ou expectador poderá navegar, com os recursos hoje à sua disposição. Alguns esclarecimentos se fazem necessários. Primeiro, o conflito assume feições cada vez mais religiosas na medida em que crescem os fundamentalismos na região, tanto o judaico como o islâmico. Mas suas causas não são religiosas. Segundo, o conflito se alastra há muito tempo, mas não é milenar. A civilização islâmica caracterizou-se pela tolerância em relação ao judaísmo e ao cristianismo, permitindo que houvesse minorias religiosas vivendo pacificamente no Islã. Salvo raras exceções, muçulmanos, judeus e cristãos sempre conviveram nos diferentes Estados islâmicos, desde o advento do islamismo em 622 d.C. até o final do Império Otomano - islâmico - em 1918. Terceiro, as designações de “árabe” e “islâmico” são distintas. Ser árabe refere-se a uma etnia e cultura. Árabe é a aquele que fala a língua árabe e vive em um dos 22 países árabes existentes. 90% dos árabes são islâmicos, mas na realidade podem professar qualquer religião ou mesmo ser ateus. Antes da criação do Estado de Israel, em 1948, havia árabes judeus vivendo em todo o Oriente Médio e norte da África. Chegavam a constituir 5% da população da Palestina. Falavam a língua árabe, tinham uma cultura árabe mesclada às tradições judaicas próprias, e conviviam pacificamente com os árabes islâmicos e cristãos do Islã. Ainda hoje, o Irã, que não é árabe, mas persa, possui a maior comunidade judaica do Oriente Médio. São judeus que vivem no Irã há dezenas de gerações e muito se orgulham de sua cultura persa milenar. A convivência milenar se evidencia no templo de Sara Khatoon, na província de Isfahan, compartilhado por judeus e muçulmanos. Por fim, dois esclarecimentos; primeiro, o povo palestino é árabe. Mas cada país árabe é diferente do outro. Palestinos não são sírios, nem poderiam ser libaneses, egípcios ou mesmo jordanianos, quanto mais sauditas, tunisianos, ou marroquinos. Segundo, e não menos importante, ser judeu nem sempre equivale a ser israelense. Tradicionalmente falando, o judaísmo refere-se a uma religião, cultura e comunidade. Existem mais judeus vivendo fora do que dentro de Israel. |
Esta é uma seleção de Filmes que ajudam a entender melhor os conflitos no Oriente Médio
Obras cinematográficas relacionadas ao conflito entre israelenses e palestinos são indicadas e comentadas pela professora Arlene Clemesha.
Paradise Now (2005), dirigido por Hany Abu-Assad. Disponível em locadora.
Knowledge is the Beginning (2005), dirigido por Paul Smaczny. Documentário sobre a orquestra formada pelo músico e regente Daniel Barenboim juntamente com o intelectual Edward Said, que reúne jovens músicos de todos os países do Oriente Médio. A experiência de contato e convivência mudaria para sempre as suas vidas. Disponível para encomenda pela web. Recomendo para escolas (turmas de 6º ano até o 3º colegial).
Arna´s Children (2003), dirigido por Danniel Danniel e Juliano Mer Khamis. Arna era uma mulher judia casada com um palestino, que criou em Jenin uma escola de artes, teatro e música. Após o massacre de Jenin, em 2002, Juliano, filho de Arna, retorna para tentar encontrar os jovens palestinos com quem havia crescido. Disponível para encomenda pela web.
O Sal Desse Mar (2008), dirigido por Annemarie Jacir. Filme de ficção sobre uma mulher que retorna à Palestina decidida a recuperar os bens de sua família. O percurso a leva a ingressar em Israel, onde vivencia encontros e muitas dificuldades com a população local. Exibido em mostras de cinema no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Forget Baghdad (2002), dirigido por Samir. Documentário sobre judeus iraquianos que emigraram para Israel na década de 1950, revela as saudades de Bagdá, os dilemas da adaptação ao novo país, e as complexas identidades surgidas dessa história singular, mas compartilhada por tantos judeus que emigraram dos países árabes após a criação do Estado de Israel.
Al Nakba - A Catástrofe (2009), dirigido por Rawan Damen. O documentário resgata imagens nos arquivos de Londres e relata a história do Mandato Britânico da Palestina e criação do Estado de Israel. Disponível no You Tube.
Occupation 101 (2006), dirigido por Sufyan Omeish e Abdallah Omeish. Mostra a ocupação israelense dos territórios palestinos da Cisjordânia e Faixa de Gaza.
Budrus (2009), dirigido por Julia Bacha. O documentário mostra a resistência não violenta da aldeia de Budrus, ameaçada pela construção do Muro israelense. O movimento conseguiu integrar partidários do Hamas e do Fatah, bem como civis israelenses. Após meses de esforços e desgastes, a campanha ganha um novo impulso com a iniciativa de Iltezam, uma jovem de 15 anos, que decide organizar a ala feminina do movimento.
Fonte:
Tags: Curiosidades
Divulgue este post:
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário