Dizem que o poder vicia e muitos gostam da posição de comandando. As imagens mostram como eram estas pessoas ao assumirem o poder e como estão agora.
Esta semana assiti um fime muito bom em que um antigo Secretário de Defesa americano relata suas experiências no cargo. O Sr Robert McNamara é antes de tudo “americano” e como tantos, quase todos, antes de ser humanos são americanos. Põe responsabilidades e deveres cívicos americanos à frente de qualquer regra ou valor morais. O que fica claro quando aparenta estar muito mais abalado ao falar da morte do presidente Kennedy do que de sua esposa, que ele próprio afirma a possibilidade de ter morrido em decorrência de suas implicações como secretário de defesa. A primeira impressão é que foi dado ao Sr McNamara uma segunda chance de justificar-se a respeito das suas decisões e analisar o quão terrível seria uma guerra atômica caso tivesse ocorrido, o que chegou muito perto de acontecer, chegando a dizer que com bombas nucleares não há tempo para cometer erros e se arrepender depois. E o mais grave, como boas intenções podem gerar decisões com resultados desastrosos.
Numa sociedade que prefere pensar que somente pessoas más fazem coisas más, o Sr McNamara passa uma imagem de homem decente e aparenta ter apreço por questões ligadas a uma moral amplamente reconhecida pela sociedade, mas ciente de suas responsabilidades perante a sociedade acaba por comandar um ataque, com informações e decisões contraditórias, matando dois milhões de vietnamitas que cada vez mais pareciam não abrir mão de sua liberdade e lutavam contra uma nova imposição de regras com caráter similar a dominação colonial.
Ex-secretário de Defesa, McNamara esteve envolvido no bombardeio do Japão, em 1945, durante a II Guerra Mundial, a Crise dos Mísseis Cubanos de 1962, e a escalada da guerra do Vietnã para a tragédia que se tornou. No entanto, aos 85 anos, com amplo acesso a fatos e datas, o tecnocrata de idade mostra em seu discurso tons de ambigüidade e remorso.
McNamara fazia parte do círculo de decisões durante a crise dos mísseis em cuba, que foi um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria em que os soviéticos, em resposta a instalação de mísseis nucleares na Turquia em 1961 e à invasão de Cuba pelos estado-unidenses no mesmo ano, instalou mísseis nucleares em Cuba, e quase levou os líderes do mundo, dividido em dois pólos, a entrarem em guerra de fato. Duas coisas, segundo McNamara, permitiram o governo de Kennedy evitar o completo desastre: Uma, era a vontade de Kennedy de obter a simpatia dos líderes soviéticos, e a outra era pura sorte. E a sorte, segundo ele, é muito caprichosa para contarmos com ela para a preservação da humanidade.
Talvez o pronunciamento mais surpreendente deste documentário seja quando o próprio McNamara relata a sua experiência nos bombardeios de 67 cidades japonesas, perto do fim da II Guerra Mundial. Uma série de ações militares, que matou quase um milhão de civis. McNamara revela que seu superior, o general Curtis LeMay, disse a ele, "se nós perdemos a guerra, nós todos seríamos julgados como criminosos de guerra". Ele se pergunta em um dos momentos mais provocantes do filme, “O que exatamente torna a decisão imoral se você perde que não a faz se você ganha?"
Assista o trailler
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